No coração do diálogo interreligioso encontramos a espiritualidade em comum da gratidão.

Se perguntarmos o que está por trás dessa espiritualidade comum em todas as religiões, posso responder com uma só palavra: gratidão.Alguns amigos que comentei sobre esse descobrimento assombroso me colocaram em contato com Tai-san (agora Eido Shimano Roshi), um jovem monge Zen japonês que acabava de chegar à Nova York. A gente se encontrou, e em menos de três minutos já nos sentíamos irmãos. As diferenças culturais e religiosas eram enormes; no entanto, vimos que entre nós tínhamos em comum mais do que cada um tinha em comum com os membros da própria religião que não eram monges. Tai-san me convidou para conhecer seu templo budista que tinha acabado de construir em Nova York. Meu líder e toda minha comunidade preferiram que primeiro viesse Tai-san à comunidade e fizesse muitas perguntas teológicas. Tai-san de um lado e os monges do outro defendiam cada um a sua postura, sem conseguir chegar a um ponto em comum. Finalmente Tai-san voltou ao seu templo, e eu achei que o projeto havia fracassado. No entanto, meus irmãos concordaram em algo: “Não entendemos o que foi dito, mas a forma que ele se comporta mostra que é um verdadeiro monge”. Assim, duas semanas depois pude realizar minha visita ao templo Zen.